Thursday, December 17, 2009

Café (ou bricadeira a gosto)




photo by Rubens Guerra
Há algo triste no azul dos teus olhos.
Há algo perdido e infinito neste azul dos teus olhos.
Há algo de azul
                      no triste dos teus olhos.

Há algo de teus olhos neste triste azul.
Há algo perdido
                     no infinito do azul dos teus olhos.

Há algo infinito no azul perdido dos teus olhos.
Há algo azul
no infinito triste
dos teus olhos
perdidos.

*



There’s something sad in that blue of your eyes.
There’s something lost and infinite in this blue of your eyes.
There’s something blue
                                       in the sadness of your eyes.
There’s something lost
                                    in the infinite of your eyes’ blue.
There’s something infinite in the lost blue of your eyes.
There’s something blue
in the sad infinite
of your lost
eyes

Thursday, December 10, 2009


photo by Luigi Ceccon
Para San Romanelli

Um coração tateia o teto das estrelas,
vocaliza veracidade, faz-se veludo voraz
de abraços: uma braça de amor ilustrada
nos Astros sôfregos de reluz.


Tuesday, November 3, 2009

Ancora un po' di Alda/ Mais um pouco de Alda




Non ho bisogno di denaro.
Ho bisogno di sentimenti,
di parole, di parole scelte sapientemente,
di fiori detti pensieri,
di rose dette presenze,
di sogni che abitino gli alberi,
di canzoni che facciano danzare le statue,
di stelle che mormorino all' orecchio degli amanti.
Ho bisogno di poesia,
questa magia che brucia la pesantezza delle parole,
che risveglia le emozioni e dà colori nuovi.

- Alda Merini



Não preciso de dinheiro.
Preciso de sentimentos,
de palavras, de palavras escolhidas sapientemente,
de flores ditas pensamentos,
de rosas ditas presenças,
de sonhos que habitem árvores,
de canções que façam dançar estátuas,
de estrelas que murmurem aos ouvidos dos amantes.
Preciso de poesia,
esta magia que queima o pesar das palavras,
que acorda as emoções e dá cores novas.
-Alda Merini
tradução Francesca Cricelli

Monday, November 2, 2009

Addio Alda, grazie per aver condiviso il tuo cuore./Adeus Alda, obrigada por ter compartilhado o teu coração



(...) Riottosa a ogni tipo di amore
sei entrato tu a invadere il mio silenzio
e non so dove tu abbia visto le mie carni
per desiderarle tanto.
E non so perché tu abbia avuto il mio corpo
per poi andartene
con il grido dell'ultima morte.
Se mi avessi strappato il cuore
o tolto l'unico arto che mi fa male
o scollato le mie giunture
non avrei sofferto tanto
come quando tu un giorno insperato
mi hai tolto la pelle dell'anima.
* 
(...)Rixosa a todo tipo de amor
entraste tu para invadir o meu silêncio
e não sei onde vistes as minhas carnes
pra desejá-las tanto.
E não sei porque tivestes meu corpo
para logo ir-te
com o grito da última morte.
Se me houveste arrancado o coração
ou tirado-me o único membro que me dói
ou despegado as minhas juntas
não teria sofrido tanto
como quando tu um dia inesperado
tiraste-me a pele da alma.
Alda Merini          
Tradução Francesca Cricelli  


Thursday, October 29, 2009

querelle avec le turnesol

photo by Creatime Commons on Flickr
Preferia-te assim
menos calado, mais impávido
por inteiro dourado a refletir.

Sunday, October 4, 2009

Insônia


De noite
t
ão onipotente a tua ausência
que todo v
ão preenche.

Saturday, October 3, 2009

O teu regresso

Invade-me, amor, com o teu regresso,
assim tão sedento, em partes, a me destrinchar
e eu toda e alma: desrepreso-me
inundo-me
e tu, todo e brasa,
de nós a te fartar.

Sunday, September 27, 2009

Bajañi Erotica


Quisiera que me tocaras
como la m
ás gitana de tus guitarras.

Quisiera vibrar mis cuerdas
bajo tu firme acento,
apoyar mi aro sobre tus piernas,
sentir la danza de tu vientre
con su frisar sobre mis espaldas.

Quisiera Yo que se me imprimiese el arpegiado,
ritmo voraz, de estas manos
tan rojas,
 
(el aporrear as
í sobre mis cuerdas)
tocandome una y otra vez
como la m
ás gitana de tus guitarras,
dejandome aflamencarme en ti.

A inundar mi boca de todo  nuestro fandango. 

Thursday, September 3, 2009

coração-volúpia

(maravilhoso mandala de Rubens Guerra http://rubensguerra.blogspot.com/)


Faminto e sedento,
ávido, o coração-volúpia, 
descompassa-se num passo
e devora-te, num átimo,
tragando róseas pétalas de delicadeza.